Trafegar pela BR-324, rodovia que liga Feira de Santana a Salvador, virou um verdadeiro exercício de paciência e risco. O que antes já era um trajeto desgastante e cheio de reclamações contra a antiga concessionária ViaBahia, agora se tornou um perigo constante para motoristas e passageiros. Desde que o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) assumiu a manutenção após o fim do contrato com a empresa, a situação da estrada piorou visivelmente.
“Parece incrível, mas é verdade: o que era ruim ficou pior”, resume um motorista que percorre o trecho semanalmente. “Tem buraco demais, principalmente depois das chuvas. É um risco pro carro e pra vida da gente”, desabafou, em contato com o Protagonista.
Buracos, prejuízos e medo
Nos últimos meses, quem trafega pela BR-324 percebe o mesmo cenário: buracos que se multiplicam, remendos malfeitos e carros parados no acostamento trocando pneus. A cena se repete tanto para quem segue de Feira para Salvador quanto no sentido contrário.
“O DNIT parece ignorar o perigo. Todo fim de semana tem gente trocando pneu ou chamando guincho. A gente gasta com manutenção e ainda corre o risco de morrer”, completa o motorista.
Ele relata um episódio assustador ocorrido recentemente: “Um caminhão soltou o par de pneus e veio pra cima da gente. Por sorte consegui desviar, e os outros carros também. Mas podia ter sido uma tragédia”.
Rodovia sem manutenção e sem segurança
Com o encerramento da concessão da ViaBahia, o trecho voltou à responsabilidade do governo federal, que prometeu realizar ações emergenciais de recuperação. No entanto, o que se vê na prática são remendos pontuais e longos trechos sem qualquer manutenção, especialmente entre os municípios de Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe e Simões Filho — onde o asfalto praticamente desapareceu em alguns pontos.
A falta de sinalização adequada e de acostamento seguro aumenta o perigo. Caminhoneiros, motoristas de aplicativo e condutores de veículos de passeio relatam prejuízos constantes: pneus rasgados, rodas amassadas e suspensões danificadas.
Enquanto não há solução definitiva, o que resta para quem depende da BR-324 é dirigir com redobrada atenção, desviar de crateras e torcer para não ser o próximo a parar no acostamento.